sexta-feira, 10 de maio de 2013

Quando Deus Criou as Mães...

image001        No dia em que o bom Deus criou as mães
        (e já vinha virando o dia e noite há seis dias) um anjo apareceu e disse:
        - Por que tanta inquietação por causa dessa criação, Senhor?
        E o Senhor respondeu:
        - Você já leu as especificações desta encomenda? Ela tem que ser totalmente lavável, mas não pode ser de plástico; deve ter 180 partes móveis e substituíveis; funcionar à base de café e sobras de comida; ter um colo macio que sirva para matar a fome das crianças; um beijo que tenha o dom de curar qualquer coisa, desde perna quebrada até namoros terminados... e seis pares de mãos.
        O anjo balançou lento a cabeça e disse:
        - Seis pares, Senhor? Parece impossível!
        - Não é esse o problema, disse o Senhor. E os três pares de olhos que as mães tem que ter?
        E o anjo indagou: - O modelo padrão tem isso?
        O Senhor assentiu.
        - Um par para ver através de portas fechadas, para quando se perguntar, que é que as crianças estão fazendo lá dentro (embora já o saiba); outro par na parte posterior da cabeça, para ver o que não deveria mas precisa saber. E naturalmente os olhos normais, capazes de fitar uma criança em apuros e dizer-lhe: Eu te compreendo e te amo, sem proferir uma palavra.
        - Senhor, disse o anjo, tocando-Lhe levemente na manga, é hora de dormir. Amanhã é um novo dia...
        - Não posso, replicou Deus, está quase pronta. Já tenho um modelo que se cura sozinho quando adoece, consegue alimentar uma família de seis pessoas com meio quilo de carne moída e convence uma criança de nove anos a tomar banho.
        O anjo rodeou vagarosamente o modelo de mãe.
        - É muito delicada, suspirou.
        - Mas é resistente, respondeu o Senhor entusiasmado.
        - Você não imagina o que esta mãe pode fazer ou suportar.
        - E ela pensa? indagou o anjo.
        - Não apenas pensa, mas discute e faz acordos, explicou o criador.
        Finalmente, o anjo se curvou e passou os dedos pelo rosto do modelo de mãe.
        - Há um vazamento, retrucou.
        - Não é um vazamento, disse Deus, é uma lágrima.
        - E para que serve? indagou o anjo.
        - Para exprimir alegria, tristeza, desapontamento, dor, solidão, orgulho.
        - Vós sois um gênio, disse o anjo.
        Mas o Senhor ficou melancólico.
        - Isso apareceu assim, naturalmente; não fui eu quem colocou nela...

(Autor desconhecido)

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