de Israel Belo de Azevedo, em Prazer da Palavra
Nós somos capazes de atitudes autodestrutivas
Nós as temos por acharmos que elas não nos destroem.
Nós somos capazes de produzir, guardar, acumular, sedimentar mágoas contra uma pessoa.
Este processo leva anos e, a cada dia, morde os nossos músculos, carcome os nossos corações e estiola as nossas almas.
O ódio entrou um dia lábios adentro, aninhou-se no nosso estômago e nós o alimentamos todos os dias. A palavra que nos feriu (mesmo que o nosso desafeto sequer tenha consciência que a proferiu) turbina a nossa memória e produz até lembranças de fatos que nunca existiram.
Queremos que a verdade, no caso a nossa verdade, venha à tona e mostre a nossa correção e a nossa bondade.
Então, a cada dia sorrimos menos.
A cada dia vivemos menos.
A cada dia abraçamos menos.
A cada dia são menores as chances de reconciliação.
Achamos que estamos vivendo, mas estamos morrendo.
Viver demanda coragem.
Coragem de perdoar.
Perdoar demanda coragem.
Coragem de perder.
Perdoar é perder para viver.
A morte mora na mágoa. A vida pulsa no perdão, a casa da liberdade.
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