quinta-feira, 18 de abril de 2013

Pedras, Perdão e Direção

pedraFiquei imaginando o que faria Jesus se um grupo de fundamentalistas violentos trouxesse um homossexual para ser apedrejado devido ao seu pecado.

Eu acredito que ele faria o mesmo que fez com a mulher adúltera, conforme João capítulo 8. Primeiramente desafiaria que alguém que não tivesse pecado atirasse a primeira pedra. Se houvesse sinceridade, cada um teria de abrir mão do seu objetivo violento – pois o pecado e a imoralidade habitam em cada um dos seres viventes desse mundo.

Jesus seria o único digno e capaz de jogar a primeira pedra, pois nele não existe pecado algum! Mas ele preferiu acolher e perdoar! E hoje continua com essa misteriosa e misericordiosa preferência. Por isso, sei que ele faria a mesma coisa diante de um homossexual arrependido.

Mas será que isso significaria que Jesus estaria entre os que defendem o adultério ou o homossexualismo? Não! Certamente não! É preciso lembrar que Jesus se despediu daquela mulher dizendo: “Vá, e não peques mais” (Jo 8.11b). Assim também sabemos que , de acordo com as Escrituras, a ação homossexual é pecado (Rm 1.24-27). Por isso confesso que fico preocupado quando vejo que a mídia dominante ergueu a bandeira da luta pró-homossexualismo. Mas preocupa-me muito mais em ver os cristãos hipócritas, que criticam o que o mundo faz e o que a mídia diz, no entanto traem seus cônjuges, vivendo casamentos de fachada, ou vivendo a vida solteira de maneira libertina. O que querem tirar o cisco do olho do outro se tem diante de si uma enorme trave de imoralidades?

A imoralidade sexual é evidente diante do relato contínuo de estupros, pedofilias, traições, divórcios. Precisamos de perdão e de direcionamento, para não nos perdermos e nos destruirmos a nós mesmos. A imoralidade sexual tende a destruir sociedades, pois destrói a base social, que é a família.

Deus nos concedeu o dom da sexualidade para vivermos alegres num casamento cheio de felicidade e amor, mas literalmente ele nos convida a fugir da imoralidade, pois mediante a fé, somos parte do corpo de Cristo. Está escrito em 1 Co 6.18 “Fujam da imoralidade sexual! Qualquer outro pecado que alguém comete não afeta o corpo, mas a pessoa que comete imoralidade sexual peca contra o seu próprio corpo.”

Que a força para essa fuga, e a capacidade para fidelidade, venha do perdão e direção que Jesus está sempre pronto a conceder.

Pastor Ismar Pinz

Comunidade Luterana Cristo Redentor

Três Vendas, Pelotas, RS

quinta-feira, 11 de abril de 2013

O encanto do semear

clip_image002[2]Como é bom colher, como é bom aproveitar dos frutos que a natureza nos oferece. Não é mesmo? Nestes dias tivemos o privilégio de comer a mandioca (macaxeira, ou aipim) que colhemos aqui no quintal de casa. É uma sensação deliciosa, poder comer algo que você plantou. Você concorda comigo? Parece obvio, mas quando me foi dada a rama, lancei-a no solo na expectativa de colher mandioca. E não é que deu certo!!! Você pode questionar: Mas é obvio que se plantar maça o fruto será maça. Se plantar jabuticaba você vai colher ....

Isso tudo parece tão obvio. Pena que este “obvio” não acontece na nossa relação humana. Muitas vezes queremos colher frutos de fidelidade, amor, perdão, respeito, valorização e amizade dentro da nossa casa, dentro do ambiente de trabalho. Frutos que todos nos queremos colher. Mas como conseguir colher frutos tão nobres? Quem sabe seja o momento de viver o obvio. Seja o momento de não olhar para os frutos, ou para a falta deles, e sim, para aquilo que estamos semeando. O foco deve estar na semeadura. Não colha, semeie. E deixe que o “obvio” aconteça dentro do seu tempo.

Quando analisamos o agir de Deus para conosco, perceberemos exatamente isso. Deus cuidando da semeadura. Até porque se Deus olhasse para aquilo que a humanidade tem produzido, já teria buscado outro lugar para semear. Pois ele semeia amor, colhe indiferença. Semeia perdão, colhe ódio. Mas Deus não desiste de semear. Pois sabe do poder da sua semente. Sabe que o amor e o perdão conquistados por Jesus Cristo na cruz do calvário, produzem seus frutos. Quantas vezes eu e você já fomos surpreendidos com um colega, um familiar que disse: “desculpe, eu errei com você.” Ou “você quer a minha ajuda.”. Ou ainda, quantas vezes surpreendemos um familiar, um colega com: “desculpe errei com você”. “estou aqui para ajuda-lo”.

Por mais fabuloso que isso seja, não se encante com os frutos, mas sim, com a semeadura. Deus nos leva a compreender que o encanto da vida é semear. Lançar sua semente. Pois assim como “a chuva e a neve caem do céu e não voltam até que tenham regado a terra, fazendo as plantas brotarem, crescerem e produzirem sementes para serem plantadas e darem alimento para as pessoas. Assim também é a minha palavra: ela não volta para mim sem nada, mas faz o que me agrada fazer e realiza tudo o que eu prometo”.(Isaías 55.10-11)

Carlos Kracke

Pastor da Congregação E. Luterana “Bom Pastor” de Blumenau.